Você já ouviu falar em Neuromarketing?

Gabriela Chaves

Escrito por Gabriela Chaves

23 | 06 | 2021
Tempo de leitura 3 min de leitura

Pode parecer algo enigmático, mas a principal proposta dessa parte da neurociência é estudar o comportamento do consumidor e usar as táticas de marketing para gerar mais vendas. 

É aquela história: o que passa na cabeça do consumidor? O que faz ele aderir ou não a uma marca ou produto? Certamente, entendendo como o seu público pensa e o que leva ele a realizar determinada ação, fica mais fácil de direcionar as estratégias e ser ainda mais assertivo na abordagem e conversão.

O termo nada mais é do que a junção de neurologia com marketing, o que gera um estudo comportamental que pode ser a chave para entender melhor o seu consumidor e alavancar os negócios. Quem criou esse termo foi o professor de marketing da Universidade Erasmo em Roterdã, Ale Smidts; mas foi o médico e pesquisador, Gerald Zaltman, da Universidade de Harvard, o responsável por popularizar o termo ao realizar pesquisas mercadológicas com aparelhos de ressonância magnética.

O Neuromarketing tem como principal objetivo entender o que o consumidor faz para preferir determinada marca ou produto, e o que leva essa pessoa a tornar-se um cliente fiel. Isso porque o processo da tomada de decisão não ocorre naturalmente, de uma forma consciente, lógica e racional como achamos que acontece. Na verdade, esse processo começa no inconsciente, quando determinados estímulos ativam partes específicas do cérebro.

Agora para entender com clareza sobre o que esse estudo aborda, precisamos primeiramente saber como funciona o nosso cérebro.

 

Reptiliano: Controla as necessidades básicas; tudo aquilo que é responsável pela nossa sobrevivência como: respiração, batimento cardíaco, reflexos, e é ativado por emoções primitivas como fome, raiva e medo.

Sistema Límbico: Processa as nossas emoções mais complexas. É a parte do nosso cérebro responsável por armazenar dados e informações, e é ativada por ações que envolvem os cinco sentidos.

Neurocórtex: Essa é a parte que a ciência acredita ser responsável pelas tomadas de decisões, já que é a parte do nosso cérebro que controla o nosso lado social e o raciocínio.

Estímulos externos como sons, cheiros, anúncios, interações com outras pessoas vão ativar as áreas onde não temos consciência, o cérebro reptiliano e límbico. 

Ao tomar uma decisão nesses níveis, o neurocórtex busca racionalizar o que foi decidido, dando a sensação de que as nossas escolhas são lógicas.

Ok, mas o que tudo isso tem a ver com o marketing?

A marca alemã Gruppe Nynphenberg, por meio de um estudo, constatou que mais de 50% de todas as decisões de compra são tomadas inconscientemente no PDV.

“As pessoas tendem a dizer uma coisa enquanto seu comportamento sugere algo diferente. Nem preciso dizer do desastre que são as pesquisas de mercado, que dependem da precisão e honestidade dos consumidores. Mas, em 85% das vezes, nosso cérebro está ligado no piloto automático. Na verdade, não temos a intenção de mentir, mas o fato é que a mente inconsciente interpreta o nosso comportamento muito melhor que a mente consciente.” – Martin Lindstrom, especialista em branding.

Agora que você já sabe como funciona a cabeça do consumidor na hora de tomar a decisão de compra, vamos entender como o neuromarketing se aplica:

O que você vai encontrar neste artigo:

Redes Sociais

Os perfis de marcas e empresas são cada vez mais comuns nessas plataformas digitais. Por meio da análise cerebral proposta pelo neuromarketing, é possível analisar noções mais exatas sobre quais emoções são geradas durante a experiência do consumidor.

Desse modo, os conceitos constatados pelos resultados são transmitidos e redirecionados para algumas estratégias do âmbito digital como o marketing de conteúdo, por exemplo. Isso implica na criação de conteúdos cada vez mais valiosos para o público-alvo, capazes de gerar impacto no maior número possível de consumidores.

Publicidade

Graças ao neuromarketing, hoje é possível medir a eficiência das ações de publicidade e aperfeiçoá-la a partir dos resultados, gerando maior possibilidade de retornos.

O estudo de estímulos vai além das pesquisas tradicionais, avaliando pontos como o impacto emocional das suas campanhas no consumidor por meio da análise das reações cerebrais. Como consequência, é possível identificar quais elementos serão efetivos dentro de um contexto publicitário.

Branding

Um bom exemplo de como vincular sua marca com o inconsciente do consumidor é utilizando bem as cores. O McDonald’s, por exemplo, levou esse fato em conta para fortalecer e fixar a marca na mente do consumidor — afinal, é difícil ver algo vermelho e amarelo sem pensar no logotipo do fast food.

Essas associações feitas por meio de cores, formas e demais tipos de linguagem são amplamente utilizadas no processo de branding, e o neuromarketing pode ser um grande aliado quanto à mensuração dos resultados, identificando as áreas afetadas no nosso cérebro quando somos expostos a determinada marca.

Já foi comprovado, por exemplo, que cores quentes como o vermelho, o amarelo e o laranja são responsáveis por desencadear a sensação de fome — por esse motivo, elas são tão utilizadas no logotipo de marcas na categoria alimentícia.

Agora é só estudar e aplicar!

Sobre o autor

Gabriela Chaves

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Publicitária, social media e amante da internet. Criando um mundo de infinitas possibilidades.

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